Queimadas: vergonha internacional
Manchetes nos principais jornais do mundo inteiro destacavam que o
nosso amado estado de Mato Grosso, mais uma vez, é o campeão mundial e
nacional de queimadas.
Para uma cidade que é considerada “verde”, Cuiabá vem, ano
após ano, sendo bombardeada durante três meses com uma fumaça tóxica
que emporcalha o nosso ar, trazendo consigo um rastro de doenças
respiratórias graves, pois dos milhares de hectares devastados pelo
fogo, muitos são de fazendas que usam elementos químicos, que ninguém
sabe as conseqüências para a nossa saúde.
O que mais impressiona a sociedade é o descaso com as
queimadas, a falta de um plano de combate e punições aos criminosos,
visto que todos os anos o mesmo roteiro se repete: O Parque de Chapada
dos Guimarães aos poucos está sendo destruído, a Serra de São Vicente
fica queimando por vários dias, a Serra Azul em Barra do Garças já está
quase toda destruída, fora o que não temos conhecimento, que é
destruído no interior do Estado, onde as matas, pontes e animais foram
exterminados pelo fogo.
Para um Estado que luta para se tornar livre do rótulo de um
estado destruído do meio ambiente, as queimadas nos levam praticamente
à estaca zero.
Várias autoridades nacionais que nos visitam nessa época do
ano, não conseguem entender a passividade da nossa gente ante essa
grave ameaça à nossa saúde, pois 12% de umidade relativa do ar é um
caso grave de saúde pública.
Essa nuvem negra que cobre o nosso Estado, como poucos sabem,
descarrega no ar uma fumaça altamente tóxica, causando e agravando
sérios problemas respiratórios, que só o tempo vai nos mostrar as
conseqüências para a nossa saúde.
A inexistência e a lentidão de uma política a nível nacional,
estadual e municipal no combate as queimada é o que mais choca a
sociedade ou parte dela que se preocupa com o nosso planeta, pois é
incompreensível não haver um plano preventivo, como por exemplo, a
locação de helicópteros, aviões; convênio com o nosso respeitado
exército brasileiro para apoiar, treinamento e contratação de
brigadistas, maior apoio em equipamentos para o Corpo de Bombeiros, bem
como buscar apoio de outras corpos de combate a incêndio em outros
estados, isso porém tem que ser feito antes do fogo começar!!!
A imprensa, de maneira geral, tem sido uma parcela eficiente
em denunciar o descaso com que são tratadas as queimadas em nosso
Estado, e esperamos que a sociedade, entidade de classes e ONGs que
cuidam do meio ambiente, entrem nessa difícil situação, pois se
permanecemos limitados as atuais ações governamentais, dificilmente
daqui a alguns anos, existirá mais o que queimar.
O mais trágico, para não dizer cômico, é que em 2008 tudo pode
se repetir, e fica a nossa geração como a responsável em deixar um
estado rico em pastagens e plantações, porém desértico e sem vida para
os nossos filhos e netos.
* GILSON BARROS é mato-grossense, bacharel em Ciências Jurídicas
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