Quarta Feira, 12 de Setembro de 2007 Edição nº 11914 11/09/2007  










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Ministro vê ‘fumaça apocalíptica’ em Cuiabá

Membro do STJ, Antônio Benjamin, que veio à cidade para congresso internacional agroambiental, avaliou situação como drama de grandes proporções

Geraldo Tavares
Para ministro, gestão sobre uso do fogo em MT não pode ser exclusiva do governo estadual, mas também federal
ALINE CHAGAS
Da Reportagem

Um drama ambiental de grandes proporções. Essa foi a forma com que o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antônio Herman Benjamin, comentou sobre a “fumaça apocalíptica” – palavras do ministro - que cobre Cuiabá há alguns dias. Ele veio a Cuiabá ontem para fazer a abertura do I Congresso Internacional de Direito Agroambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e tratou exatamente sobre o desenvolvimento sustentável dos agronegócios.

O ministro contou que com o ar do jeito que está em Cuiabá, o ‘cartão de visitas’ da Capital para quem vem de avião é o anúncio do comandante de que não sabe se há condições de pouso no aeroporto Marechal Rondon. Para o Antônio Herman, a situação do ar em Mato Grosso mostra que há uma ausência do poder público nas questões ambientais. O ministro disse ainda que é preciso lembrar que não há proteção ambiental sem a presença de um estado forte.

“A ausência de ações mais eficazes é uma espécie de carta de alforria para quem quer matar ou destruir a natureza. Temos um país teatral, onde são feitas CPIs, existem anúncios de valores altos em multas, mas quase nunca vemos resultados efetivos”, comentou.

O ministro lembrou que as multas, importantes para a manutenção de ordem na questão das queimadas, são “de papel”, ou seja, quase nunca são pagas ou cobradas pelos órgãos responsáveis pela preservação do meio ambiente. Segundo ele, as estatísticas do Brasil mostram que a ausência de pagamento das multas é uma realidade em todo o país.

Para Antônio Herman, a situação de calamidade pública na área de saúde e do meio ambiente que o cidadão de Cuiabá e Mato Grosso vive hoje mostra que chegou a hora de começar a questionar se o governo estadual tem legitimidade e poder para dar autorização de queimadas. “Hoje, a questão das queimadas em Mato Grosso deixa de ser um problema estadual e passa a ser uma preocupação do país, já que a fumaça dessas queimadas ajuda o aquecimento global”, avaliou.

Conforme o ministro, a sociedade tem que se organizar para mudar essa realidade da época da estiagem em Mato Grosso. Aos empresários de agronegócios, comentou o ministro, cabe a consciência de que o desenvolvimento sustentável não significa gastos extras, mas sim agregação de valor ao produto oferecido.

Durante três dias, a partir de hoje, advogados e especialistas em meio ambiente participarão de mesas redondas, minicursos, conferências com foco no Direito Agroambiental. Entre os temas selecionados estão “Dano Ambiental e Responsabilidade do Poluidor” e “Agricultura e Meio Ambiente”. O evento ocorrerá no Teatro Universitário da UFMT.



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