Rede de Conspiradores Preservacionistas
Meus
conscientes e fiéis leitores, eu vos confesso que chego a esta última
postagem ambiental do ano, um pouco mais cansado do que deveria, ou
gostaria de estar. Acontece que são poucos, muito poucos, a carregar n
as costas a responsabilidade de manter a vida na Terra.
Existem certos momentos que me sinto como se tivesse de tomar conta de um bando de suicidas. Uma pequena distração, e lá está um deles querendo atirar-se de cima da ponte. Salvo este, e mal tenho tempo de salvar outro, prestes a se atirar na linha do trem. E assim, nesse corre-corre, alguns são salvos, mas não todos.
Os que se perdem deixam-nos o consolo de que ainda resta esperança para os que ficaram. Creio que melhor seria dizer, consolo para mim que estou mais do que ninguém precisando de um fio de esperança para prosseguir na luta.
Liga-se a televisão e se vê florestas sendo consumidas por incêndios que parecem querer devorar tudo à sua volta. Acessa-se a internet, e lá vem notícia de incêndios que matam e que acabam com a vida animal numa vasta extensão de terra.
Há pouco tempo, um incêndio dizimou uma grande concentração de árvores na serra da Mantiqueira, na altura de Itatiaia. O responsável foi um pobre coitado que se desculpou, pois ele só estava limpando o pasto. O que fazer com uma criatura dessas?
Agora, acabo de saber que um incêndio gigantesco devastava tudo à sua frente, em Israel. E lá estava a responsável pelo fogo, uma mulher que, sabe-se lá, porque motivo resolveu acender um foguinho num local impróprio.
A humanidade não agüenta mais,
tantas
desculpas e tamanhas irresponsabilidades. Os ignorantes e pobres
coitados lavradores ainda acreditam que queimar o pasto é o caminho mais
rápido para preparar a terra para o plantio. Os pecuaristas, homens com
dinheiro e sem coração, devastam o que encontram no caminho de suas
criações, botando fogo em florestas e destruindo reservas ambientais sem
dó, nem piedade.
As leis punem os ricos com multas irrisórias, que eles preferem pagar e prosseguir queimando tudo, por representar um custo muito menor do que contratar máquinas para limpar os terrenos.
Confesso-vos, meus caros leitores, que eu já nem estou questionando essas práticas nocivas e criminosas de criar animais para serem sacrificados e terem seus cadáveres nas mesas dos homens, para saciarem seus ímpetos de carne e sangue.
A minha cansativa ladainha, que se repete a cada ano, é para que não se permita a limpeza de pastos e de campos agrícolas, mediante a queima do capim. O clima seco da época em que todos resolvem fazer a sua limpeza, encarrega-se de transformar uma fogueirinha num incêndio de grandes proporções, acabando com mais uma área de florestas.
Na Califórnia, os incêndios ameaçam as casas dos ricos, mas quem senão o ho
mem
tem culpa dessas queimadas! Depois da terra em cinzas, não adianta
chorar a mansão torrada, nem a nascente destruída. As florestas estão
diminuindo, enquanto os incêndios não param de crescer.
As autoridades ameaçam com leis, mas não parecem ter muita convicção de que um incêndio aqui e outro ali seja tão prejudicial assim. Na prática, criam-se leis, na teoria acredita-se que a situação foi resolvida. E, a cada ano, são menos florestas, e mais pastos.
Muitos fingem acreditar que por uma estranha coincidência, o incêndio destruiu uma floresta exatamente na terra de um pecuarista que estava doido para espalhar o gado no meio da Reserva. Queimada a floresta, nada mais impede o dono da terra de nela espalhar o seu gado. E ano que vem tem mais.
Esses pretensos cidadãos ou empresários do caos ainda acreditam que o que é bom para eles, é bom para a nação. E defendem o seu direito de destruir florestas e incendiar as matas na forma da Lei, através de seus representantes no Congresso.
Eles e seus deputados não passam de incendiários, que destroem Reservas Ambientais por conta da ganância que alimenta os seus ideais de lucro a qualquer preço.
Eu realmente cansei de ficar repetindo este lengalenga todo dia 7, e abrir a página dos noticiários e encontrar discursos de empresários defendendo a ocupação de extensas áreas da Amazônia, por conta de crescimentos econômicos e progressos industriais.
Quando não é o agricultor é o pecuarista. E quando não é um nem outro, vem o Governo com uma nova usina hidrelétrica que precisará acabar com não sei quantos acre
s de florestas e desviar quilômetros e mais quilômetros de rio.
Cansei sim, mas não desisto de lavrar o meu protesto. Que pelo menos um dia no mês, alguém leia o meu edital de condenação desses piro-maníacos, que querem mesmo é ver o circo pegar fogo. E nesse incêndio circense, o ambientalista faz sempre o papel do palhaço.
Por esse ano, chega de falar de coisas ruins na escala ambiental. A Amazônia foi menos atacada durante o ano de 2010, do que vinha acontecendo nos últimos 15 ou 20 anos. E nem importa o período correto, pois em questões ambientais comemoram-se meses, dias e horas.
Deixo-vos na certeza de que a Teia Ambiental fez a sua parte durante o ano de 2010. Somos poucos, mas somos fiéis aos nossos ideais preservacionistas. E, tu que estás calado e pensativo, meu indeciso leitor, quando virás incorporar-te ao nosso grupo?

Existem certos momentos que me sinto como se tivesse de tomar conta de um bando de suicidas. Uma pequena distração, e lá está um deles querendo atirar-se de cima da ponte. Salvo este, e mal tenho tempo de salvar outro, prestes a se atirar na linha do trem. E assim, nesse corre-corre, alguns são salvos, mas não todos.
Os que se perdem deixam-nos o consolo de que ainda resta esperança para os que ficaram. Creio que melhor seria dizer, consolo para mim que estou mais do que ninguém precisando de um fio de esperança para prosseguir na luta.
Liga-se a televisão e se vê florestas sendo consumidas por incêndios que parecem querer devorar tudo à sua volta. Acessa-se a internet, e lá vem notícia de incêndios que matam e que acabam com a vida animal numa vasta extensão de terra.
Há pouco tempo, um incêndio dizimou uma grande concentração de árvores na serra da Mantiqueira, na altura de Itatiaia. O responsável foi um pobre coitado que se desculpou, pois ele só estava limpando o pasto. O que fazer com uma criatura dessas?
Agora, acabo de saber que um incêndio gigantesco devastava tudo à sua frente, em Israel. E lá estava a responsável pelo fogo, uma mulher que, sabe-se lá, porque motivo resolveu acender um foguinho num local impróprio.
A humanidade não agüenta mais,

As leis punem os ricos com multas irrisórias, que eles preferem pagar e prosseguir queimando tudo, por representar um custo muito menor do que contratar máquinas para limpar os terrenos.
Confesso-vos, meus caros leitores, que eu já nem estou questionando essas práticas nocivas e criminosas de criar animais para serem sacrificados e terem seus cadáveres nas mesas dos homens, para saciarem seus ímpetos de carne e sangue.
A minha cansativa ladainha, que se repete a cada ano, é para que não se permita a limpeza de pastos e de campos agrícolas, mediante a queima do capim. O clima seco da época em que todos resolvem fazer a sua limpeza, encarrega-se de transformar uma fogueirinha num incêndio de grandes proporções, acabando com mais uma área de florestas.
Na Califórnia, os incêndios ameaçam as casas dos ricos, mas quem senão o ho

As autoridades ameaçam com leis, mas não parecem ter muita convicção de que um incêndio aqui e outro ali seja tão prejudicial assim. Na prática, criam-se leis, na teoria acredita-se que a situação foi resolvida. E, a cada ano, são menos florestas, e mais pastos.
Muitos fingem acreditar que por uma estranha coincidência, o incêndio destruiu uma floresta exatamente na terra de um pecuarista que estava doido para espalhar o gado no meio da Reserva. Queimada a floresta, nada mais impede o dono da terra de nela espalhar o seu gado. E ano que vem tem mais.

Esses pretensos cidadãos ou empresários do caos ainda acreditam que o que é bom para eles, é bom para a nação. E defendem o seu direito de destruir florestas e incendiar as matas na forma da Lei, através de seus representantes no Congresso.
Eles e seus deputados não passam de incendiários, que destroem Reservas Ambientais por conta da ganância que alimenta os seus ideais de lucro a qualquer preço.
Eu realmente cansei de ficar repetindo este lengalenga todo dia 7, e abrir a página dos noticiários e encontrar discursos de empresários defendendo a ocupação de extensas áreas da Amazônia, por conta de crescimentos econômicos e progressos industriais.
Quando não é o agricultor é o pecuarista. E quando não é um nem outro, vem o Governo com uma nova usina hidrelétrica que precisará acabar com não sei quantos acre

Cansei sim, mas não desisto de lavrar o meu protesto. Que pelo menos um dia no mês, alguém leia o meu edital de condenação desses piro-maníacos, que querem mesmo é ver o circo pegar fogo. E nesse incêndio circense, o ambientalista faz sempre o papel do palhaço.
Por esse ano, chega de falar de coisas ruins na escala ambiental. A Amazônia foi menos atacada durante o ano de 2010, do que vinha acontecendo nos últimos 15 ou 20 anos. E nem importa o período correto, pois em questões ambientais comemoram-se meses, dias e horas.
Deixo-vos na certeza de que a Teia Ambiental fez a sua parte durante o ano de 2010. Somos poucos, mas somos fiéis aos nossos ideais preservacionistas. E, tu que estás calado e pensativo, meu indeciso leitor, quando virás incorporar-te ao nosso grupo?
6 comentários:
Tantas são as vezes em que faço as mesmas reflexões.
Os protestos fazem tanto efeito como uma gota de água a cair no meio da chuva.
Mas não podemos calar-nos, porque calar é consentir.
Sempre que há oportunidade para protestar... protestemos!
Seguramente, vou passar este legado ao meu filho, para que ele depois continue quando crescer.
Quem sabe um dia as coisas mudam.
Olá, Gilberto
"E nesse incêndio circense, o ambientalista faz sempre o papel do palhaço".
A palhaça aqui prosseguirá, como vc, nessa incansável Teia Ambiental ainda que pareça inútil.
Não desanimemos!!!
Atiremos água da consciência no fogo dos irresponsáveis...
Abraços fraternos e bjs de paz.
Minha amiga, Hazel:
Existem, pelo menos, dois tipos de protestos: os gritos e as atitudes.
A maioria dos protestos se extingue no momento em que os ecos dos gritos cessam. E isto acontece rapidamente.
As atitudes, porém, permanecem vivas, mesmo quando ficamos calados.
As pessoas nos reconhecem por nossas atitudes, e se sentem pressionadas por nossas presenças a adotar atitudes corretas.
As crianças são excelentes nessa questão de postura correta, por falarem e agirem sem nenhum constrangimento, dizendo o que pensam e se comportando como acreditam ser o ideal.
Ensinando o seu filho a seguir suas ações, ele multiplicará as suas ações de protesto e provocará mudanças de comportamento entre os seus colegas e amigos.
Vale a pena tentar, é claro!
Abraços.
Gilberto.
A Teia veio para ficar, Orvalho:
Ela é formada por fios muito fortes que somos nós, e tecida por mãos amigas,irmanadas nas mesmas crenças, o que a faz firme e resistente.
Vamos prosseguir falando e agindo.
A ação tem de ser coerente com a palavra.
Um abraço.
Gilberto.
Gilberto,
encontrei seu site após pesquisar no google algo que pouco tinha a ver com tudo o que você escreve sobre a Espiritualidade...
Quando vi que você morava em São Lourenço, eu decidi acreditar que talvez isso seja um sinal, sei lá.
Enfim- Estou interessada em fazer uma consulta/analise contigo, moro em São Lourenço, também, se isso serve para alguma coisa... Como posso entrar em contato?
Agradeço desde já.
Minha leitora C.:
A minha sugestão é que me escreva um email, para que eu possa orientá-la sobre o que deve fazer.
Anote: gilbertodacunhagoncalves@gmail.com
Aguardo o seu contato.
Um abraço.
Gilberto.
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