Queimadas: um problema ecológico e social
Entre os meses de
maio e dezembro, são
comuns as notícias de queimadas no interior do Brasil. Feitas tanto por
pequenos agricultores como por grileiros, esse método de “limpeza” da
área de plantio é uma técnica considerada
arcaica e prejudicial tanto para o ecossistema quanto para a própria produção agrícola.
Mas
se é prejudicial, por que elas acabam acontecendo? Há alguns fatores
para a existência de queimadas. A princípio, o pequeno agricultor
queima para resolver dois problemas:
acabar com pragas e doenças e preparar o solo para pastagem ou plantio. Já os invasores de terra e
grileiros usam o artifício da queimada para se
apossar ilegalmente da terra, acabando com a mata nativa e colocando gado ou mudas na área. Além disso, nos canaviais, a queimada é feita para
facilitar a colheita. Assim, para entender as queimadas é bom separar um pouco o joio do trigo.
 As queimadas são práticas comuns
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Principalmente na
Amazônia,
as queimadas são feitas por pequenos agricultores que não têm outra
alternativa para preparar a terra, já que para cortar a vegetação e
prepará-la sem queimar é preciso de maquinário como o trator, uma
realidade muito distante para esses agricultores.
Já em outras
regiões como o Nordeste e o Sudeste, algumas queimadas são feitas para
facilitar a colheita da cana-de-açúcar. Com fogo, os pequenos espinhos
da planta são eliminados e a colheita rende mais para os trabalhadores
que ganham por quantidade recolhida.
Tanto no Norte, quanto no Nordeste, há a má-fé dos grileiros.
Há também a queimada de plantações de algodão.
Nesse caso, é feita uma touceira (monte de restos de plantas) para
queimar o que sobrou da colheita. Essa queimada é obrigatória por lei,
por causa do fantasma do bicudo, uma praga comum a esse tipo de
monocultura. Nesse caso, é uma queimada mais simples com duração de
cerca de três a quatro horas e em pequenas áreas.
A batalha
contra a queimada é cada vez mais intensa, mas também é histórica.
Hoje, o governo trabalha com programas como o Prevfogo para conter esse
problema.
Incêndios e queimadas
É preciso ficar atento para não confundir incêndio com queimadas. Os incêndios florestais
são acidentais e descontrolados na maioria das vezes. Segundo a
pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
Adriana Vieira de Camargo de Moraes, 95% dos incêndios florestais brasileiros ocorrem por causa da ação humana.
A chamada combustão espontânea, quando o fogo nasce do excesso de calor
num clima seco, é muito pequeno no Brasil por causa do clima tropical
do país. |