Especialmente no período que vai de
março a setembro, as queimadas - acidentais
ou provocadas - deixam as nove divisões de manutenção eletromecânicas
regionais e a Divisão de Linhas de Transmissão (DLTR.O) de prontidão 24
horas por dia, inclusive nos finais de semana. Segundo o chefe da DLTR.O,
Orlando Paulo dos Santos, a região sudeste é a área de maior incidência de
queimadas. As
divisões concentram os esforços nas linhas que se localizam em São Paulo,
no Triângulo Mineiro, e em Campos, onde existem diversas plantações de
cana-de-açúcar, uma cultura onde é comum atear-se fogo antes da
colheita. A qualquer momento, em um pasto, ou na vegetação nativa
ressecada pela estiagem pode começar um incêndio. Foi o que aconteceu no
início da tarde do dia 27 de junho, quando uma intensa queimada atingiu a
área adjacente à Subestação de Campos (RJ). O fogo resultou no
desligamento da Linha Adrianópolis-Campos 1, às 14h45, e dois minutos
depois, da Adrianópolis-Campos 2, interrompendo o fornecimento de energia
elétrica. Em setembro, no dia 4, ficou fora de operação por cinco horas a
linha Furnas-Itutinga. Uma
queimada, provavelmente acidental, na vegetação de cerrado ressecada pela
estiagem afetou uma área entre as torres 34 e 37. Além das campanhas
de esclarecimento, as equipes de FURNAS agem
preventivamente cortando a vegetação na faixa de servidão (área próxima às
linhas que pertencem a Empresa). Além disso, os técnicos de FURNAS aconselham os
produtores rurais a construir carreadores de 15 metros de largura ao longo
das linhas. “Nossas equipes trabalham para eliminar as queimadas, o que nem
sempre é possível’, explicou Orlando Santos.
Curto Circuito
Mesmo que o fogo sob uma linha de
transmissão esteja baixo, se a foligem desprendida na queima da vegetação
atinge os cabos, há uma violenta descarga de energia para a terra
(curto-circuito), provocando o desligamento da linha. Os sistemas de
proteção encarregam-se de religar automaticamente a linha. Caso a queimada
tenha atingido alguma das estruturas ou derretido os cabos, equipes de
inspeção são deslocadas para avaliar os estragos e providenciar os reparos
necessários. O engenheiro da DLTR.O, Clênio Gonçalves Lisboa lembra
que, diferente das queimadas provocadas,
que podem ser evitadas com a divulgação das informações, as queimadas acidentais
são difíceis de evitar. A queimada acidental pode ser provocada por uma
pessoa que passa por uma rodovia e lança uma guimba de cigarro que
incendeia o campo. “São 18 mil quilômetros de linhas de transmissão
expostas ao meio ambiente, às intempéries atmosféricas e à ação das
pessoas”, explica Clênio. A Empresa tem outro aliado na luta contra as
queimadas. É o
Serviço de Atendimento de Emergência. Através de ligação gratuita para o
0800252555 (número afixado em placas nas torres) qualquer pessoa pode
avisar ao Centro de Operação da Transmissão(COT) sobre ocorrências que
afetem as torres ou linhas da Empresa. “Com as informações recebidas pelo
Atendimento de Emergência, o Centro de Operação aciona as equipes de
manutenção e toma as providências no sistema elétrico para minimizar
possíveis conseqüências da ocorrência”, explicou o gerente do Centro de
Operação do Sistema (CTOS), Luiz Carlos Gelli. Pelo sétimo ano
consecutivo, FURNAS
realiza a campanha contra queimadas. Os
resultados podem ser notados ano a ano com a redução dos desligamentos
devido a queimadas.
“FURNAS tem que
continuar investindo em campanhas de esclarecimento contra queimadas e
intensificá-las no rádio e na TV. O produtor rural e os cidadãos em geral
têm que se transformar em nossos aliados no combate às queimadas”, concluiu
Orlando Paulo dos Santos.
Sistema FURNAS
Furnas atua há quase
meio século nas áreas de geração, transmissão e comercialização de energia
elétrica. A Empresa garante o serviço essencial de fornecimento de energia
elétrica para 49% das famílias brasileiras e é responsável pelo
atendimento de empresas que produzem nada menos que 68% do PIB
brasileiro. Fundada em 1957, para fazer frente ao acelerado processo de
urbanização do país na década de 50, Furnas conta, hoje,
com um complexo de dez usinas hidrelétricas, duas termelétricas, mais de
17 mil km de linhas de transmissão e 43 subestações. A capacidade de
geração instalada da Empresa é de 9.292 MW, que representa aproximadamente
15% do total da geração de energia do país. Através de cinco linhas de
transmissão, que cruzam 900 Km desde o Estado do Paraná até São Paulo, Furnas transporta
12.600MW gerados pela maior usina hidrelétrica do mundo – Itaipu. O alto
nível técnico de Furnas, adquirido
durante quatro décadas e aprimorado pelo talento de seus empregados, tem
sido levado para países da América do Sul, África e Ásia. A expansão de
negócios também é verificada no mercado brasileiro, consolidando a marca
da Empresa como paradigma de excelência no setor energético nacional.
Vencido o desafio inicial, Furnas tem
gradativamente ampliado sua missão. A Empresa desenvolve diversos
programas que visam preservar a biodiversidade dos ecossistemas nos sete
estados onde atua e no Distrito Federal. Furnas também vem
destacando-se na realização de projetos de preservação do patrimônio
arqueológico, histórico e cultural, conservação de energia, em ações
sociais e de apoio à cultura brasileira. |