Sábado, 13 de agosto de 2016, 00h00

Editorial

Ouvidos moucos

Da Editoria


As queimadas provocam doenças pulmonares, que em alguns casos podem se transformar em cancerígenas; exterminam centenas de animais e vegetais, muitos sequer conhecidos, expulsando para povoados e cidades os sobreviventes que podem ser peçonhentos ou perigosos; mandam para o espaço, em forma de gás carbônico e cinzas, 90% dos minerais do solo; e ainda destroem lavouras inteiras, gerando prejuízos financeiros aos produtores.

Nesta semana mesmo, um incêndio atingiu seis fazendas em Campo Novo do Parecis, destruindo lavouras de milho e de cana-de-açúcar. Uma cortina de fumaça cobriu a região, interrompendo o fluxo de veículos na rodovia que dá acesso ao município.

Todos os anos, como um mantra, estas notícias e alertas são veiculados diariamente, especialmente nesta época quando as queimadas se proliferam, apesar do chamado período proibitivo.

No entanto, muitos parecem ter os ouvidos moucos e continuam, por ignorância ou má-fé, provocando queimadas e incêndios, tanto na área rural ou na zona urbana. É óbvio em que há casos de incêndios acidentais, mas, muito pelo contrário, não é a maioria.

Com isso, as estatísticas, ao invés de mostrarem uma evolução negativa, como seria normal em países onde a lei e o bom senso prevalecem, mostram que a prática não só permanece como recrudesce.

Nesta semana, o comando do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) divulgou, em coletiva à imprensa, números alarmantes sobre a situação mato-grossense, apenas neste início de período de proibitivo - entre 15 de julho e 7 de agosto.

Em pouco mais de três semanas, o satélite Aqua, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou quase cinco mil focos de calor (mais de 200 por dia) no Estado. Neste mesmo período, no ano passado, os números, embora significativos, foram bem menores - 1.598 focos. Triplicou de um ano para o outro.

Entre 1º de janeiro e 7 de agosto, o percentual de aumento entre um ano e outro foi menor, mas não menos alarmante - 12.706 focos de calor registrados em 2016, contra 7.262 em 2015.

Segundo o BEA, quase a totalidade dos focos foram registrados em fazendas (65,89%) e aldeias indígenas (23%). Enquanto isso, a estrutura estadual para o combate e controle ao fogo conta com 166 bombeiros e 32 brigadistas, contratados por prefeituras, que utilizam 45 viaturas e duas aeronaves para cobertura de uma área de mais de 900 mil quilômetros quadrados.

Embora o mantra sobre os malefícios de incêndios e queimadas não consiga sensibilizar os candidatos a piromaníacos, não se pode desistir, porque senão a situação sai do controle e o caos se instala, como acontece em algumas regiões da Ásia.

Com a ajuda de medidas educativas, pecuniárias e privativas de liberdade, há de chegar um momento em que o bom senso prevalecerá. Pode-se não eliminar 100% os focos de queimadas, mas que sejam apenas acidentais e possam ser rapidamente combatidos.





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