Rio 2016 chama atenção para o meio ambiente, mas Brasil tem maior número de queimadas desde 2010
A festa de abertura das Olimpíadas Rio 2016 foi digna do povo brasileiro mostrando sua alegria, suas belezas, qualidades e riqueza de morar em um país, literalmente tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza!
As imagens da Agência Espacial Americana (NASA) projetadas durante o evento chamaram a atenção do mundo para o “aquecimento global”, globalizado como o ser errante que delimitará a nova era do planeta nos próximos anos.
A mensagem, segundo os organizadores, foi um recado simples de que todos devem cuidar do meio ambiente conservando as florestas e estimulando o plantio de novas espécies de árvores.
Espetáculo à parte e excluindo o factício episódio em que a própria esperança de um mundo melhor através da Rio 2016 fosse levada ao mundo, deixaram de lado o caso Juma, em que a onça pintada foi morta covardemente após ficar estressada na passagem da tocha olímpica pelo Amazonas.
Brasil contabilizou mais de 1.200 focos de queimadas nas últimas 48 horas, segundo o monitoramento feito pelo Inpe.
Para se solidarizar com o fato, o Exército brasileiro lançou um brasão em homenagem ao bicho. Quanto cinismo!
A conservação do meio ambiente, o gesto benevolente de mais uma árvore plantada, mais vidas sendo salvas das mudanças climáticas parece soar de forma imperceptível aos próprios anfitriões.
O Brasil, querendo passar o exemplo para o mundo, e suas florestas, áreas de preservação ambiental sapecando distante das câmeras frente ao “desenvolvimento” da nova fronteira agrícola.
As queimadas registradas em 2016, no período entre 01 de janeiro e 11 de agosto, já superaram 60 mil focos, um número recorde, se levado em consideração o período de comparação de dados anuais desde 2010, pelo mínimo de sete anos utilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Desde 2010 não havíamos queimado tanto sobre o território nacional, o mesmo território que agora quer dar uma lição de moral para que o restante do mundo conserve o seu meio ambiente.
Afunilando os dados nada satisfatórios do aumento das queimadas sobre o território nacional, e não apenas ditando a queima das áreas para a renovação das pastagens ou propriamente de áreas de derrubada, o Brasil tem um gargalo de décadas para conter o avanço das queimadas e consequentemente do desmatado.
Faz parte da cultura errônea e retrógrada do Brasil queimar para plantar. É mais fácil, mais barato e pela ineficiência da fiscalização, tudo se dá um jeitinho, tipicamente brasileiro.
Nos últimos anos, mesmo com o avanço da tecnologia, através da fiscalização por satélites, a estrutura das unidades de fiscalização, dentre elas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), tornou-se algo pequeno diante da grandeza em que as queimadas açoitam todos os anos, no período de estiagem regional, o país.
Funcionários em número defasado, dificuldade de acesso e até mesmo restrições orçamentárias são alguns dos fatores apontados pelos próprios fiscalizadores do meio ambiente como entraves principais para conter o avanço do desmatamento.
Apenas no período comparativo entre agosto de 2015 e junho de 2016, o desmatamento na Amazônia, principal bioma brasileiro e considerado o “pulmão” do planeta cresceu quase 100% em comparação com o período entre 2014 e 2015, segundo estudo divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
A Amazônia perdeu 972 quilômetros quadrados de florestas em junho de 2016, número 97% superior ao período comparativo anterior.
Os dados, ainda não divulgados pelo Inpe, também devem mostrar um aumento nos meses de julho e agosto para o desmatamento, uma vez que a quantidade de queimadas foi bem superior.
Em 2015, o número de queimadas no Brasil chegou a 39.072 focos. Em 2014 foram 36.900 focos. Já em 2013 foram 25.351 focos, enquanto que 2012 acumulou 42.291 focos, 2011 fechou com 25.174 focos e 2010 com 56.000. Os números são referentes apenas ao período atual, ou seja, entre 01 de janeiro e 11 de agosto.
Como verdadeiramente diz o ditado: “o sujo falando do mal lavado”. O povo brasileiro não deve comemorar seu desmatamento e número cada vez maior de queimadas diante da grandeza de uma Olimpíada, símbolo de paz e união dos povos, se o exemplo não parte de dentro de casa.
Está cada vez mais incontrolável, asseguram os pesquisadores, conter o avanço do desmatamento e minimizar os efeitos das queimadas. Nisso, não entram apenas grandes produtores de grãos ou pecuaristas.
Existem diversas ocorrências de que os próprios indígenas estão queimando suas terras, protegidas por lei, para arrendar a terra em seguida.
Bem como “operários” que lutam pela reforma agrária, que invadem fazendas, ateiam fogo na mata destruindo a fauna e a flora e ainda se gabam de posar de coitados almejando alguns hectares a partir do governo, mas não perdendo a luxuria de desfilar com camionete importada. Pobre “operário” injustiçado pela reforma agrária nacional...
Devemos dar o exemplo e não encabeçar os dados maléficos se quisermos almejar algo e nesse ponto, o Brasil perde feio perante a países bem mais pobres ou com desenvolvimento não tão pujante quanto o nosso, que surta efeito para um período de médio e longo prazo.
(Crédito das imagens: Reprodução/Google – Arquivo/Protetores da Floresta/Ivo Lima/ME – Reprodução/NOAA/Cptec/Inpe)
(Fonte da informação: De Olho No Tempo Meteorologia)
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